As infraestruturas centrais (CI) têm um papel crítico a desempenhar neste ambiente e, portanto, precisam ser resilientes, escaláveis e confiáveis. O esforço de modernização destas infraestruturas é um desafio significativo, que se torna ainda mais complicado pelo fato de terem de se adaptar a este novo ambiente em tempo real.
Tive a oportunidade de obter insights sobre esse assunto com Rodolphe Meyer, Diretor de Marketing e Desenvolvimento da STET, e George Evers, vice-presidente sênior do Grupo de Soluções para Clientes da Mastercard New Payment Platforms. Discutimos as necessidades críticas que as infraestruturas centrais devem atender ao construir as bases de um mundo em tempo real, incluindo a necessidade de uma estrutura regulatória robusta, interoperabilidade e adoção de uma abordagem iterativa.
A necessidade de uma estrutura regulatória forte
Um dos principais impulsionadores que ajuda a orientar o desenvolvimento de CI é uma estrutura regulatória forte. No entanto, existe o receio de que as empresas possam investir e não cumprir recomendações ou iniciativas, por exemplo, se não for obrigatório. O que você acha que as empresas devem fazer para estar alinhadas com o regulador?
George: Acho que obedecer ao regulador é o ponto de partida; atendendo aos requisitos, mas também pensando em inovação e modernização do sistema de pagamentos para agregar mais do que o regulador está pedindo. O regulador define o mínimo para o que precisa acontecer no sistema de pagamentos, mas os bancos têm a opção de modernizar seus sistemas de pagamento e construir outros produtos e serviços.
Rodolphe: Esse é o problema agora na Europa. Em 2014, o Banco Central Europeu decidiu criar um novo esquema com um cronograma agressivo e cumprimos esse desafio em menos de dois anos. No início era um esquema opcional e agora temos pressão do BCE para tornar este esquema obrigatório. É também uma forma de acelerar o lançamento de pagamentos instantâneos na Europa.
Interoperabilidade e modernização como fatores-chave
A diferenciação é um dos maiores desafios de qualquer instituição financeira. É como eles optam por modernizar sua infraestrutura de pagamentos e como se preparam para o mundo digital que os ajudará a se diferenciar e permanecer competitivos. Como você acha que os pagamentos em tempo real atuam nessas discussões?
Rodolphe: Acho que os pagamentos em tempo real são fundamentais para qualquer banco que queira se modernizar. Existem alguns desafios que os bancos precisam superar ao mudar de um sistema em lote para um sistema em tempo real. Do lado da compensação e liquidação, e do lado dos pagamentos, os bancos não estão acostumados a fazer pagamentos em tempo real 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas eles devem ter isso em vigor. Eles precisam de um sistema que sempre seja capaz de atualizar sem interromper o sistema.
George: Como mencionado, um dos principais impulsionadores da modernização geralmente é devido a uma mudança regulatória, então pode ser que o regulador impulsiona-se em direção ao tempo real e entregue os benefícios aos consumidores e empresas em tempo real. A interoperabilidade é importante aqui – todos devem estar prontos para receber ou fazer esses pagamentos e se modernizar ao mesmo tempo.
Abordagem flexível, inovadora e iterativa
Ao falar sobre o mundo digital, acho que o banco aberto é a chave para trazer inovações futuras para a indústria de pagamentos. Depois que os países criarem com sucesso os esquemas em tempo real e os participantes se conectarem, que tipos de serviços você acha que veremos?
Rodolphe: Acho que podemos oferecer muitos serviços novos aos clientes. Já falamos muito sobre solicitação de pagamento e pontuação de fraude, porque quem usa pagamentos instantâneos realmente quer um pagamento seguro para evitar qualquer fraude. Eu também diria confirmação do beneficiário; acho que todo usuário deseja ter essa funcionalidade.
George: Sabemos que podemos inovar e construir novas propostas, produtos e serviços. Quanto mais recursos você tiver na plataforma, mais diferenciação os bancos podem oferecer. As propostas em torno do pedido de pagamento podem ser muito poderosas. Também vemos algumas inovações interessantes em termos de desenvolvimento de produtos. O processo de atendimento de empréstimos instantâneos é um tipo diferente de inovação em uma linha de produtos completamente diferente.
Em suma, para que uma infraestrutura central seja bem-sucedida, temos que nos certificar de que ela está alinhada às iniciativas do mercado (principalmente regulatórias), gera interoperabilidade e tem uma abordagem flexível que lhes permite se adaptar ao ambiente e às demandas do mercado.
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*Webinar em Inglês